RELOGIO
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Sou um homem livre – e preciso da minha liberdade.
Preciso estar
sozinho. Preciso meditar na minha vergonha e no desespero em retiro;
preciso da luz do sol e das pedras do calçamento das ruas sem
companheiros, sem conversação, frente a frente comigo, apenas com a
música do meu coração como companhia. Que querem vocês de mim? Quando
tenho algo a dizer, ponho-o em letra de forma. Quando tenho algo a dar,
dou-o. Sua curiosidade indiscreta faz virar meu estômago! Seus
cumprimentos humilham-me! Seu chá envenena-me! Nada devo a ninguém.
Seria responsável somente perante Deus – se Ele existisse!
sozinho. Preciso meditar na minha vergonha e no desespero em retiro;
preciso da luz do sol e das pedras do calçamento das ruas sem
companheiros, sem conversação, frente a frente comigo, apenas com a
música do meu coração como companhia. Que querem vocês de mim? Quando
tenho algo a dizer, ponho-o em letra de forma. Quando tenho algo a dar,
dou-o. Sua curiosidade indiscreta faz virar meu estômago! Seus
cumprimentos humilham-me! Seu chá envenena-me! Nada devo a ninguém.
Seria responsável somente perante Deus – se Ele existisse!
Morre d. Paulo Evaristo Arns, o homem que a ditadura não
silenciou
Último
dos grandes líderes da Igreja Católica dos anos 1970, o cardeal dedicou a vida
aos pobres e à defesa dos direitos humanos
·
As férias no Sul sempre foram sagradas.
Janeiro ou fevereiro, o cardeal d. Paulo Evaristo Arns ia passar três ou quatro
semanas com a família - irmãos e sobrinhos - dividindo o tempo entre os
arredores de Curitiba, no Paraná, para onde a maioria dos Arns emigrou, e a
pequena Forquilhinha, sua terra natal, na região de Criciúma, antiga colônia de
imigrantes alemães em Santa Catarina.
·
Quinto dos 14 filhos que Gabriel Arns e
Helena Steiner tiveram, Paulo Evaristo nasceu em 14 de setembro de 1921 e
morreu nesta quarta-feira, 14, em São Paulo, aos 95 anos. A exemplo do irmão
mais velho, frei Crisóstomo, entrou em um seminário franciscano, vocação que o
pai agricultor apoiou com entusiasmo, embora tentasse adiar a matrícula o mais
possível, só porque as despesas do internato pesavam no orçamento. Das sete
irmãs moças, três optariam pelo convento.
·
“Paulo, nunca se envergonhe de dizer
que você é filho de colono”, pediu Gabriel Arns. Muito depois, quando concluía
os estudos na Sorbonne com a tese A Técnica do Livro Segundo São
Jerônimo, o frade mandou um telegrama para Forquilhinha. “O filho do colono
é doutor pela Universidade de Paris e não se esqueceu da recomendação do pai.”
·
De volta ao Brasil, foi professor de
Teologia no seminário franciscano de Petrópolis (RJ), onde trabalhou dez anos
em favelas, período que descreveria como o mais feliz da vida. Em maio de 1966,
foi nomeado bispo auxiliar do então cardeal de São Paulo, d. Agnelo Rossi, que
o designou para a região de Santana, na zona norte.
·
Dedicava-se aos presos da Casa de Detenção
do Carandiru e criava núcleos das comunidades eclesiais de base (Cebs),
experiência pioneira na arquidiocese, quando um telefonema do núncio apostólico
lhe comunicou que seria o novo arcebispo de São Paulo. Não era um convite, mas
uma ordem do papa Paulo VI, que transferira o cardeal Rossi para Roma. Era
1970. Um ano antes, tivera os primeiros contatos com vítimas do regime militar,
início da luta em defesa dos direitos humanos que marcaria sua carreira.
·
Designado pelo cardeal para verificar
as condições em que se encontravam os frades dominicanos e outros religiosos na
prisão, constatou que eles estavam sendo torturados.
Os
militares não gostaram da nomeação de d. Paulo. Quando foi elevado a cardeal,
em março de 1973, uma das suas primeiras medidas foi criar a Comissão Justiça e
Paz, formada por advogados e outros profissionais, para atender pessoas
perseguidas pela ditadura. Funcionava na Cúria Metropolitana, sinônimo de
refúgio e esperança para as famílias de mortos e de desaparecidos.
Respeitado
e temido, amado e odiado, d. Paulo tornou-se um símbolo de resistência.
Denunciou as torturas nos quartéis, visitou presos em suas celas, liderou atos
de protestos. No período mais difícil do regime, procurou o presidente Emílio
Medici, em nome do episcopado paulista, para lhe entregar o documento Não te é
lícito, no qual os bispos exigiam o fim das torturas. Medici deu um murro na
mesa ao ouvir a advertência do cardeal e o pôs para fora de seu gabinete. “O
senhor fique na sacristia, que nós cuidamos da ordem”, irritou-se o general. D.
Paulo pegou de volta o exemplar da Rerum Novarum, a encíclica de Leão XIII que
levara de presente, mas fora jogada de lado. Depois disso, só tiveram contatos
protocolares.
Em
defesa dos direitos humanos, visitava operários, estudantes e políticos nas
celas da polícia. Foi numa sala da repressão que conheceu Luiz Inácio Lula da
Silva, que havia sido detido após as greves dos metalúrgicos do ABC. Ficaram
amigos pelo resto da vida. Na época, o bispo de Santo André era d. Cláudio Hummes,
mais tarde arcebispo de São Paulo, que abrigou nas igrejas da diocese
trabalhadores impedidos de se reunir.
Missas. Em março de 1973, d. Paulo abriu as portas da
Catedral da Sé para uma missa em memória do estudante Alexandre Vannuchi Leme,
aluno de Geologia da Universidade de São Paulo, que havia sido torturado e
morto em dependências do Exército. O arcebispo considerava esse ato como sua
primeira e, até então, a mais corajosa reação da Igreja ao regime. Os militares
prometiam reprimir um protesto programado pelos colegas de Alexandre na Cidade
Universitária. D. Paulo preferiu celebrar uma cerimônia religiosa para evitar a
violência.
Com
o presidente Ernesto Geisel, os problemas se agravaram. Embora tivesse um canal
de comunicação direta com o governo - o general Golbery do Couto e Silva -, o
cardeal enfrentou situações difíceis. O auge foi o assassinato do jornalista
Vladimir Herzog, em outubro de 1975, na sede do Destacamento de Operações de
Informações (DOI) do 2.º Exército.
D.
Paulo promoveu um ato ecumênico na catedral em memória de Herzog, que era
judeu. A cerimônia levou mais de 8 mil pessoas à Praça da Sé. Ao lado de vários
bispos, entre os quais d. Hélder Câmara, do Recife, lá compareceram o rabino
Henry Sobel e o pastor presbiteriano Jaime Wright - dois aliados que, daquele
dia em diante, lutariam de mãos dadas com o cardeal em defesa dos direitos dos
perseguidos pelo regime.
Três
meses depois, morria sob tortura o operário Manuel Fiel Filho, cuja prisão d.
Paulo denunciara. Geisel exonerou o comandante do 2.º Exército, general Ednardo
d’Ávila Melo, com quem o cardeal tivera vários atritos. Um deles envolveu o
sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que estava na mira da repressão. O
arcebispo recorreu ao governo e obteve a promessa de que Cardoso não sofreria
abusos. Nasceu aí a amizade entre d. Paulo e o futuro presidente.
A
defesa dos direitos humanos, também lhe criou inimigos. “O cardeal só defende
bandidos”, reclamavam autoridades policiais. D. Paulo respondia que lutava
contra todo tipo de violência. Em 1989, deu um testemunho definitivo. Convocado
para servir de mediador no sequestro do empresário Abílio Diniz, na zona sul,
não hesitou em arriscar a vida para libertar o dono do Pão de Açúcar. Passou
horas se equilibrando no muro até obter um acordo com o sequestradores. Tinha
consciência do perigo que corria. Antes de sair de casa, pediu a um padre que o
ouvisse em confissão, pois temia ser morto.
Arquidiocese. No plano pastoral, o arcebispo revolucionou
São Paulo. Descentralizou a administração, delegando poder e atribuições aos
bispos auxiliares e ao clero. Seu projeto era, ainda no pontificado de Paulo
VI, dividir a arquidiocese em dioceses interdependentes. Não conseguiu. “A
divisão feita em 1989 não corresponde a nosso projeto”, lamentou em 1996,
alguns dias antes de encaminhar ao papa a renúncia, por motivo de idade (75
anos). Dizia-se que d. Paulo perdeu território e poder com a criação das
dioceses de Campo Limpo, Osasco, São Miguel Paulista e Santo Amaro,
desmembradas de São Paulo, mas não foi isso que ele mais sentiu.
O que doeu foi a frustração de um plano
que ele vinha construindo havia tanto tempo para dar continuidade a seu estilo
de trabalho. “Foi esse, talvez, o capítulo mais triste de minha vida de
arcebispo sob a orientação do papa João Paulo II”, escreveria em seu livro Da
Esperança à Utopia. A rejeição do projeto era consequência de sucessivos
atritos com a Cúria Romana. Cinco anos antes, em 1984, d. Paulo enfrentara
dificuldades no Vaticano, quando intercedeu com o cardeal Aloísio Lorscheider,
em favor do franciscano Leonardo Boff, defensor da Teologia da Libertação, que
havia sido censurado pelo então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé. A mediação não funcionou. Reduzido ao
silêncio, Boff deixou o sacerdócio.
Ao
apresentar o pedido de demissão, era arcebispo havia 26 anos. Achava que seria
afastado imediatamente. Não foi. João Paulo II só nomeou seu sucessor, d.
Cláudio Hummes, em abril de 1998. Não era o seu candidato. D. Paulo havia
indicado o nome de d. Antônio Celso de Queiroz, um de seus auxiliares. O
Vaticano ignorou a sugestão. D. Celso foi nomeado bispo de Catanduva (SP). O
estilo e o ritmo da pastoral mudaram, mas o cardeal aposentado permaneceu na
capital, a pedido do novo arcebispo. D. Paulo foi morar no Jaçanã, na zona
norte, onde continuou escrevendo. Celebrava missa num hospital de idosos aos
domingos e recebia pessoas no convento de São Francisco, no centro, às
quintas-feiras.
Do
Jaçanã, zona norte paulistana, d. Paulo Evaristo Arns mudou-se para uma casa
das irmãs franciscanas em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. A rotina
continuou a mesma, mas em ritmo mais lento, por causa da saúde debilitada.
Vivia altos e baixos. Selecionava as visitas e emocionava-se ao recordar velhos
tempos.
Quando
teve um enfarte em março de 2005, não passou de um susto, mas foi internado no
Instituto do Coração (Incor). Em novembro, fez uma cirurgia para redução da
próstata. Nada grave, mas a saúde não estava bem. Sua fragilidade vinha de maio
de 1971, quando sofreu um acidente de carro, indo de Santa Catarina para o
Paraná. Ficou com problemas circulatórios que se agravaram nos anos seguintes.
Em
1992, sofreu um acidente mais grave: um carro em alta velocidade bateu no jipe
militar que o transportava com d. Geraldo Majella Agnelo, em Santo Domingo, na
República Dominicana, onde participavam de reunião dos bispos da América
Latina. D. Paulo passou 18 horas inconsciente. Não se lembrava de detalhes do
acidente, mas ao reconstituir o que lhe ocorreu concluiu de que devia ter sido
um atentado. Não imaginava quem pretendia matá-lo, mas insistiu na suspeita. Em
1997, fez uma cirurgia para extirpar um câncer no músculo do olho esquerdo.
Na
casa das irmãs franciscanas, celebrava missa todas as manhãs, lia os jornais,
rezava e recebia amigos. Não via televisão. Quando a irmã Zilda Arns morreu no
terremoto do Haiti, em 2010, ditou uma declaração à imprensa. “É uma morte que
surpreende, mas é uma morte bonita porque ela morre no cumprimento de uma causa
em que sempre acreditou.”
Depois de se aposentar, participava de
atos públicos só quando convidado. Quando falou, sua palavra repercutiu. Por
exemplo, quando deu um extenso depoimento no caderno Aliás, que o Estado publicou
em 2005, quando João Paulo II estava muito doente. “Sim, seria hora de o papa
renunciar para que a Igreja possa acompanhar o movimento da História”, disse.
Na
entrevista ao Aliás, falou sem censura. Até porque não seria mais eleitor, no
conclave que elegeria o sucessor de João Paulo II. A eleição do alemão Joseph
Ratzinger agradou a d. Paulo. Cinco meses depois da posse de Bento XVI, ele
aderiu ao coro dos cardeais eleitores que justificaram a escolha pelas
qualidades pessoais do novo papa. “Ratzinger é um homem muito inteligente e de
uma sensibilidade muito fina para as dificuldades das pessoas.”
O
cardeal consolidou essa convicção nos anos seguintes. Em 2007, na visita de
Bento XVI a São Paulo, encontrou-se com Ratzinger. Conversaram em alemão alguns
minutos, apenas o suficiente para d. Paulo chegar à convicção de que o sucessor
de João Paulo II saíra melhor do que a encomenda. Nas entrelinhas, havia as
sequelas das dificuldades que enfrentou no pontificado do polonês Karol
Wojtyla.
Quando
Bento XVI renunciou, em 2013, d. Paulo ficou cheio de esperança com a eleição do
papa Francisco. “D. Paulo falava com empolgação sobre Francisco, o argentino
Bergoglio que ele conhecia há muito”, revelou d. Angélico Sândalo Bernardino,
bispo emérito de Blumenau (SC) e ex-bispo auxiliar de São Paulo. D. Paulo
voltou à Catedral da Sé duas vezes nos últimos meses: em setembro para
comemorar seus 95 anos e em 27 de novembro, na celebração dos 71 anos de
ordenação sacerdotal. No dia seguinte, foi internado no hospital Santa
Catarina.
STJ autoriza
abertura de inquérito para investigar Raimundo Colombo na Lava-Jato
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou nesta sexta-feira
abertura de inquérito para apurar o envolvimento do governador de Santa Catarina,
Raimundo Colombo (PSD), no âmbito da Operação Lava Jato. A suspeita é de crime
de corrupção passiva. As informações são do portal de notícias G1.
A pedido da PGR, um ministro da corte
especial do STJ, formada pelos 15 juízes mais antigos da Casa e responsável por
casos em que os envolvidos têm foro privilegiado, analisou e autorizou a
abertura de inquérito para investigar Raimundo Colombo. O objetivo é apurar
menção ao governador catarinense em planilhas apreendidas durante uma das fases
da Lava-Jato e que apontam repasses da construtora Odebrecht a
políticos.
Os documentos foram remetidos ao STJ pelo
juiz Sérgio Moro, do Paraná, responsável pela Lava-Jato na primeira instância
da Justiça Federal, em razão do foro privilegiado dos governadores. Este
inquérito aberto pelo STJ não tem relação com a delação premiada em curso
assinada por 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Agora as investigações serão conduzidas pelo
Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e também pelo STJ. No fim da
apuração, em caso de haver indícios, o MPF pode oferecer denúncia contra o
governador. Caso contrário, o inquérito é arquivado.
Ainda de acordo com o G1, além de abrir o
inquérito, o STJ também determinou a coleta de provas pedidas pela
Procuradoria, entre elas dados telefônicos de um assessor do governo de Santa
Catarina, André Agostini Moreno, alvo de condução coercitiva em Florianópolis na 26ª fase da Lava-Jato,
intitulada Operação Xepa, que se concentrou no
Grupo Odebrecht.
A Secretaria de Estado de Comunicação emitiu
uma nota de esclarecimento sobre o caso. Confira na íntegra:
O governo do Estado
esclarece sobre as divulgações de supostos recursos repassados para Santa
Catarina pela empresa Odebrecht.
A empresa não tem em Santa
Catarina, desde 2011, início do atual governo, nenhum
contrato, não executa
nenhuma obra pública ou realiza qualquer serviço do Estado.
O governo do Estado aguarda
as investigações.
Leia também:
DOUGLAS NASCIMENTO SANTANA, NATURAL DE IPIRÁ/BA, É O MAIS NOVO DIPLOMATA BRASILEIRO
Depois do escritor Eugênio Gomes, do jornalista Carlos Henrique, do cantor Raimundo Sodré, do jogador de futebol Freitas e do desembargador Carlos Cintra, mais um ipiraense ganha destaque em nível nacional.
O médico Douglas Nascimento Santana, de 34 anos, natural de Ipirá/BA, filho do casal Izael da Silva Santana e da senhora Normélia Nascimento Santana, tomará posse no cargo de Diplomata Brasileiro, nesta sexta-feira (16), no Itamaraty, em Brasília/DF. A solenidade contará com a presença de embaixadores, ministros de Estado e outras autoridades do governo federal.
O profissional diplomata atua no Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), também conhecido como Itamaraty, que é o órgão do Poder Executivo responsável pelo assessoramento do Presidente da República na formulação, no desempenho e no acompanhamento das relações do Brasil com outros países e com organismos internacionais.
A atuação do Itamaraty e dos diplomatas cobre as áreas política, comercial, econômica, financeira, cultural e consular das relações internacionais, áreas nas quais eles exercem as tarefas clássicas da diplomacia: representar os interesses brasileiros no exterior, informar o governo sobre o que ocorre em outros países e negociar acordos para o Brasil.
Quanto à sua estrutura, o Itamaraty conta com embaixadas e consulados em países estrangeiros e com representações em organismos internacionais, como a ONU e a Organização Mundial do Comércio. No Brasil, ele dispõe de sua sede, o Palácio do Itamaraty, do Instituto Rio Branco, que recruta e treina os diplomatas, ambos em Brasília, bem como de Escritórios de Representação em várias cidades brasileiras.
O ingresso na carreira de diplomata se dá mediante concurso público de âmbito nacional, organizado pelo Instituto Rio Branco, em parceria com o Cespe/Cebraspe, vinculado à Universidade de Brasília. O concurso para a Diplomacia é considerado o mais difícil do país, devido a grande quantidade de disciplinas técnicas que precisam ser dominadas (Economia, Política Internacional, Direito Internacional, História das Relações Internacionais, História do Brasil e Geografia) e da diversidade de línguas (Inglês, Francês e Espanhol, além do domínio do Português). O processo de preparação é duro, levando cerca de 3 a 5 anos de estudos diários, não sendo incomuns candidatos que somente conseguem a aprovação após 10 anos de estudos.
Esta é a primeira vez que um filho de Ipirá ocupará uma função da mais alta envergadura, o que ainda mais honrará o nome desta terra. Izael Santana que é empresário do ramo de farmácia em Ipirá, disse: “Este é um momento impar na minha vida e na da minha família, sendo eu filho de família carente e origem rural ter um filho ocupando esta importante função, sabendo que meu filho Douglas cruzará o Atlântico para defender os interesses do povo brasileiro em diferentes países e continentes do planeta. Esta não é uma conquista só minha e nem da minha família. É uma conquista de todo povo de Ipirá”, disse Izael.
Nos próximos 2 anos, Douglas trabalhará no Itamaraty, em Brasília, para em seguida mudar de residência para novos países a cada 2 ou 3 anos, sejam na Europa, na Ásia, na África, na Oceania ou nas Américas, onde quer que haja interesses brasileiros a serem defendidos. Douglas afirma que “essa opção de vida que envolve morar em vários países, ao contrário do que parece à primeira vista, na verdade fortalecerá ainda mais o meu vínculo com minhas origens sertanejas, com Ipirá, com meu Brasil, e a distância aumentará o meu afeto pelos meus familiares e amigos. E eu espero desempenhar bem as responsabilidades desta nova função, confiando no que dizia o escritor Euclides da Cunha, em Os Sertões, de que ‘o sertanejo é, antes de tudo, um forte’ “.
Caboronga Noticias
E-mail:redacao@caboronganoticias.com
Estado fecha alas inteiras em três hospitais públicos da Grande Florianópolis
14/12/2016
A partir da última semana, as
direções dos hospitais Governador Celso Ramos, Nereu Ramos e Regional de São
José anunciaram o fechamento de 46 leitos mais um centro cirúrgico. Os gestores
afirmam que a decisão é temporária e é referente ao recesso coletivo do serviço
público, entretanto todos são serviços de urgência, emergência e alta
complexidade, que não estão previstos no Decreto 968/2016 do Governo do Estado,
que define a data e os setores que farão recesso coletivo de fim de ano. “Na
realidade essa é uma desculpa para a falta de três mil servidores na saúde, que
já estamos anunciando há um ano”, afirma a presidente do SindSaúde/SC Edileuza
Garcia Fortuna.
Saiba o que irá fechar em cada
unidade
Hospital Governador Celso Ramos
Na segunda feira (12/12), a direção
do HGCR anunciou o fechamento do centro cirúrgico da emergência. Uma ala
responsável por atender casos graves que chegam ao pronto atendimento e
precisam de cirurgia imediata. Além disso, esse setor realiza cerca de 30% de
todos os procedimentos cirúrgicos da unidade.
Hospital Nereu Ramos
É o único hospital em Santa Catarina
referência no atendimento de infectologia. Trabalhadores do HNR denunciaram na
tarde desta terça feira (13/12) o fechamento completo da ala feminina de
doenças infecto-parasitárias (DIP1), que atende pacientes com sífilis,
hepatite, hanseníase, entre outras enfermidades.
São 11 leitos fechados, segundo a
direção, a medida é temporária, mas os próprios servidores da unidade já foram
orientados a não aceitar novas internações de pacientes nessa ala com essas
doenças. Os usuários serão realocados em outras alas, sobrecarregando estes
outros setores.
Hospital Regional de São José
No HRSJ, a direção anunciou para os
servidores e também para a Secretaria Estadual de Saúde, na quinta-feira
(8/12), o fechamento de dois setores no 4º andar da unidade. Serão 25 leitos de
ginecologia cirúrgica, voltados a pacientes com câncer de mama, que sofreram
aborto ou com gestação de risco. O Hospital Regional é o único na região que
possui um ambulatório de ginecologia e agora fecha esse serviço, que é o mesmo
fechado há cerca de quatro meses na Maternidade Carmela Dutra. Para usuárias
com gestação de risco agora restam apenas alguns leitos disponíveis no Hospital
Universitário.
Na mesma data, a direção da unidade,
avisa que mais 10 leitos do atendimento oftalmológico serão fechados. O HRSJ é
referência em Santa Catarina em transplantes oftalmológicos e agora tem esse
serviço colocado em risco pelo fechamento de leitos.
Os servidores resistem ao fechamento
das duas alas no HRSJ, mas não sabem até quando poderão impedir que a medida
seja tomada. “Para nós está clara a manobra dos gestores dos hospitais junto à
SES. Estão aproveitando o recesso de fim de ano, que não afeta a maior parte
dos servidores da saúde, para poder fechar unidades, que na realidade, sofrem
de falta de servidores”, comenta a presidente do SindSaúde/SC.
Em 2016, foi encerrado um concurso
público para servidores da saúde, no qual a SES contratou servidores apenas
para área administrativa, não direcionando novos trabalhadores para repor o
déficit de servidores, levantado pelo Sindicato e reconhecido pela própria
Secretaria.
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