RELOGIO

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Bob Dylan - Changing of the Guards - Live 1978



Bebia para afogar as mágoas, mas as malditas aprenderam a nadar.



Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?
Frida Kahlo

Pink Floyd - Sorrow



Quando te sentires um idiota...



Walter Benjamim

É um dos filósofos mais significativos da modernidade, somente reconhecido enquanto tal após sua trágica morte, durante a fuga das forças nazistas. Em vida ele era respeitado enquanto intelectual apenas em seu círculo de pensadores, como Ernst Bloch e T. W. Adorno, que tomou a iniciativa de editar toda sua obra postumamente.
Benjamin discorreu principalmente sobre a Arte, particularmente em seu texto A Obra de Arte na Época de sua Reprodutibilidade Técnica, no qual ele defende uma visão materialista, segundo a qual toda produção artística é circundada por uma  certa ‘aura’, que revela sua singularidade.
Com o advento de produtos culturais de massa como o cinema, que implicam na reprodutibilidade da arte, esta ‘aura’ se dilui nas cópias produzidas e, assim, destrói a qualidade de objeto único e individual da qual a obra artística podia se revestir. Quando ocorre este fenômeno, a arte deixa de ser uma criação exclusiva para um grupo restrito, perde seu caráter sagrado e consequentemente atinge uma repercussão na sociedade como um todo.
Estabelece-se uma nova interação entre o povo e a produção artística; percebe-se esta mudança especialmente na modalidade cinematográfica, uma vez que ela implica em uma alteração na qualidade das relações com o público consumidor. Mas, nesta produção cultural, apesar de sua elaboração demandar a projeção de toda a expressão vital do ser criador, a ‘aura’ já não está mais presente.
Enquanto no teatro o intérprete está inegavelmente vinculado a sua ‘aura’, a qual é, sem dúvida, captada pela plateia, não se pode dizer que no cinema o mesmo se repita, pois neste meio o público está ausente, e em seu lugar está a câmera, ou seja, uma máquina, a qual prevalece inclusive sobre os próprios atores, uma vez que os equipamentos técnicos são capazes até mesmo de representar seu papel.
Benjamin também acreditava que havia uma diferença radical entre o que o Homem podia visualizar por meio de seu olhar e o que a câmara podia captar artificialmente. Desta forma, uma visão que era consciente se transforma em um ponto de vista inconsciente, gerando um processo semelhante ao da Psicanálise, que desperta a inconsciência instintiva, enquanto uma arte como o cinema produz a vivência do inconsciente visual.
Por outro lado, o pensador defendia que o cinema poderia ser de imenso valor para o indivíduo, no sentido material, porque seria um instrumento político e ideológico em benefício da classe proletária quando esta estivesse pronta para assumir a liderança política, pois ele lhe traria incríveis expectativas na construção de uma nova história da camada popular.
Assim, para resumir, Benjamin via na tecnologia de reprodução das produções artísticas uma faca de dois gumes; por um lado, ela destruía o legado da cultura ancestral e, por outro, propiciava à população uma nova interação com a obra de arte, a qual previa que esta produção poderia se converter em um meio poderoso de sublevação dos mecanismos sociais. Era, certamente, um ponto de vista muito positivo, que depois seria revisto até mesmo por companheiros como Adorno.
Da obra de Benjamin destacam-se as reflexões sobre a literatura, a arte, as tecnologias, as estruturas sociais, entre outras temáticas similares, todas elaboradas com uma profunda exatidão metodológica. Ele examinou criticamente e com uma bela linguagem metafórica a obra de Goethe, o legado de Baudelaire, a filosofia da história, e outros temas afins. Hoje o filósofo que segue mais de perto seus parâmetros é o tradutor de seus trabalhos para o idioma italiano, Giorgio Agamben.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin
http://educacao.uol.com.br/biografias/walter-benjamin.jhtm

Arquivado em: Filosofia

O acordo foi esse: tirei de tramitação a lei de abuso de autoridade e em troca mantive a minha cadeira...Entendeu?



Abuso de antibióticos em animais ameaça milhões de pessoas

Uso irresponsável de antimicrobianos está criando superbactérias resistentes a todos os fármacos

 “Morrerão 10 milhões de pessoas a cada ano”, adverte William Hall. “

Os riscos são muito grandes para ignorá-los”, sentencia. Hall é um dos autores de um relatório sobre a resistência a antibióticos que pôs em alerta as autoridades europeias. O documento, elaborado para o Governo britânico, afirma que se não forem tomadas medidas urgentes em 2050 morrerão mais pessoas vítimas de superbactérias – mutantes e imunes a qualquer fármaco conhecido – que de câncer (8,2 milhões de mortes) ou de acidentes de trânsito (1,2 milhão).
A origem do problema não está nos micróbios, mas nas pessoas: médicos, veterinários, farmacêuticos, criadores de gado, pacientes. O uso indiscriminado e irresponsável de antibióticos está propiciando o surgimento de cepas de bactérias multirresistentes como a Klebsiella pneumoniae, “com uma letalidade superior a 50%, similar à do último surto de ebola, mas sem gerar atenção midiática”, segundo a médica Pilar Ramón, assessora da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A farmacologista Belén Crespo, diretora da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários, destacou na sexta-feira um acordo alcançado com o setor nacional de suínos para “a redução voluntária” do uso de colistina, um antibiótico de importância crítica para a saúde humana. Os criadores utilizam o fármaco em larga escala para prevenir infecções e promover o crescimento dos porcos.
        A colistina também é usada em humanos como tratamento de última linha contra micróbios multirresistentes, como Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa, responsáveis por infecções com alta mortalidade. 

      Entretanto, começam a aparecer resistências à colistina, favorecidas por sua utilização na criação de animais, conforme denunciou a OMS, que pediu a proibição de seu uso como profilaxia. Neste ano, uma mulher nos Estados Unidos foi a primeira pessoa a sofrer uma infecção urinária com uma variedade da bactéria Escherichia coli resistente ao tratamento com colistina

       O uso irresponsável de antibióticos para animais não se reduz ao gado, como observou o veterinário Salvador Cervantes, membro do Grupo de Estudo de Medicina Felina na Espanha. Cervantes denunciou “um excesso de prescrição de antibióticos” nas clínicas de pequenos animais, por ignorância, para cumprir os objetivos comerciais dos gerentes, para satisfazer os donos ou “por pressão dos laboratórios, que também existe”.
 “Nosso posicionamento é que os veterinários devem receitar o mínimo possível de antibióticos, a fim de evitar seu uso inapropriado, e na medida necessária para garantir aos animais um tratamento eficaz”, declarou em um comunicado Félix Hernáez, diretor-geral para o sul da Europa da Zoetis, a primeira empresa de saúde animal do mundo, com ganhos anuais de 4,8 bilhões de dólares. A indústria apoia o site Vetresponsable, para promover o “uso responsável dos medicamentos veterinários”.
A assessora da OMS Pilar Ramón também fez um apelo para “resistir às pressões e incentivos da indústria farmacêutica para prescrever antibióticos quando não são indicados”, sobretudo através de “campanhas agressivas de introdução de novos produtos” em países em desenvolvimento. Ramón expôs “os três p de pressão sobre os profissionais da saúde: pais, pacientes e pharma”.


ROCK IN RIO CONFIRMA BON JOVI E BILLY IDOL

Até agora, a edição 2017 do evento já teve cinco atrações anunciadas

O Rock In Rio confirmou mais duas atrações para a edição de 2017 – e as duas já tem experiência no festival: o Bon Jovi, que foi um dos headliners em 2013, volta como principal atração da noite do dia 22 de setembro, sexta-feira. Já Billy Idol, que passou pelo evento lá em 1991, sobe ao palco na noite liderada pelo Aerosmith, em 21 de setembro, quinta-feira. Com as duas confirmações, já são cinco os convidados conhecidos da próxima edição do Rock In Rio – além de Bon Jovi e Billy Idol, estão garantidas as apresentações de Maroon 5, Aerosmith e Red Hot Chili Peppers.


O Bon Jovi, que acabou de lançar o 13º registro da carreira, This House Is Not For Sale – o primeiro sem o guitarrista Richie Sambora -, deve trazer as novidades do álbum para o show; além, claro, de clássicos como Livin’ On a Prayer e It’s My Life. Já o disco mais recente de Idol, Kings & Queens of the Underground, saiu em 2014. O britânico não volta ao Brasil desde 1991.



Os 120 mil ingressos disponibilizados pelo Rock In Rio na pré-venda já estão esgotados. As vendas oficiais começam em abril do ano que vem. O evento, que está em sua sétima edição carioca – e ocupa Parque Olímpico, local com o dobro do tamanho do anterior – , acontece nos dias 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de setembro de 2017.

Catarinense Flávia Flores lança documentário sobre a missão de ajudar pacientes com câncer


Às 11h do próximo sábado, 17, a catarinense Flávia Flores lança no cinema do CIC, em Blumenau (Rua 2 de Setembro, 1395), o documentário Química da Vida. O filme retrata a virada na vida da mulher, que encarou o câncer como uma oportunidade para salvar e inspirar pessoas ao seu redor. A exibição é gratuita e aberta ao público. 
— No começo, a ideia era mostrar para o mundo que sou forte. Hoje, é uma missão: ajudar quem atravessa a mesma situação — lembra a ex-paciente de câncer. 
Flávia é uma mulher que enfrentou de maneira muito peculiar o diagnóstico do câncer de mama. Aos 35 anos e com uma carreira na indústria da moda, descobriu que era possível driblar os desafios da travessia, investindo na autoestima e no bem-estar a partir de blog, site, livro e ONG. 
Nascia assim, o projeto Quimioterapia e Beleza, página no Facebook com mais de um milhão de visitas ao mês que resultou no livro bestseller no Brasil, e ano passado, tornou-se uma ONG, o Instituto Quimioterapia e Beleza. Tudo isso porque, em busca de respostas para suas próprias questões, Flávia retirou o véu que escondia, até bem pouco tempo, a maior parte das mulheres em tratamento oncológico. 
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Foi divertida ao criar o "Look da Quimio", mostrando com um largo sorriso o que vestia a cada dia de medicação. Reuniu dicas para enfrentar as mudanças que ocorreram com o tratamento – como a queda dos cabelos – e mostrou que a beleza mora na coragem.
 .



Rápido, corram!!

Com previsão de dois dias de duração, júri de ex-PM que matou Ricardinho começa nesta quinta



Começa nesta quinta-feira, às 9h, no Fórum de Palhoça, o júri popular do ex-policial militar Luis Paulo Mota Brentano, que matou o surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, em 19 de janeiro de 2015, na Guarda do Embaú. Ele será julgado por homicídio triplamente qualificado e embriaguez ao volante. Se for condenado, Mota pode pegar até 30 anos de prisão. O acusado era policial até setembro do ano passado, quando foi expulso pelo Comando-Geral por ter matado o surfista.
A previsão da juíza da 1ª Vara Criminal de Palhoça, Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, que comandará a sessão, é que o julgamento dure dois dias. Por isso, os sete jurados, que serão escolhidos entre as 25 pessoas previamente selecionadas, vão ficar hospedados em um hotel da cidade. Eles ficarão sem acesso a outras pessoas e eletrônicos.
Na acusação irá atuar o promotor Alexandre Carrinho Muniz, com assistência dos advogados Adriano Salles Vanni e Cecília de Souza. A defesa ficará a cargo de Leandro Gornicki Nunes e Rafael Siewert. As duas partes indicaram 23 testemunhas para prestar depoimento, sendo que uma delas, o irmão do ex-soldado, é comum entre elas. O adolescente foi intimado pois estava com Mota no dia do crime.


Dom Paulo Evaristo Arns morre em São Paulo aos 95 anos


Conhecido pela postura fraterna, por sua defesa dos direitos humanos e pela resistência à ditadura militar, o arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, morreu nesta quarta-feira, aos 95 anos. O cardeal — que dedicou 71 anos ao sacerdócio e 76 à vida franciscana — estava internado desde 28 de novembro, com broncopneumonia, na capital paulista.
Catarinense de Forquilhinha, quinto da prole de 13 filhos de um casal de descendentes de alemães, dom Paulo fez parte de um clã de benfeitores dedicados à infância e à juventude brasileiras. Sua irmã mais ilustre, a pediatra Zilda Arns Neumann, fundou a Pastoral da Criança, com a colaboração do religioso. Ao chorar a morte de Zilda, uma das vítimas do terremoto do Haiti, em janeiro de 2010, dom Paulo, do alto de sua resignação sacerdotal, afirmou:
— Ela morreu de uma maneira muito bonita, morreu na causa em que sempre acreditou.
Dedicado à defesa de pobres, perseguidos e injustiçados na maior parte das suas nove décadas e meia de vida, o arcebispo comprou brigas com poderosos dentro e fora da Igreja.
Por causa de suas posições, estremeceu até mesmo o coração da cúpula católica. Seu nome era tão temido em Roma que, ao som dele, "arrepiavam-se todos os pelos dos braços" do alto clero, como declarou no final dos ano 1990 o então secretário de Estado do Vaticano, Agostino Casaroli.



SONHE


Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.

Clarice Lispector


Tuna Fishing, 1967 by Salvador Dali




Palavras Cruzadas - Mudanças na Previdência Social e CLT


Que bem faz a um homem se ele ganha o mundo inteiro, mas sofre a perda de sua própria alma? E então aquele pequeno poema: Tome todos os prazeres de todas as esferas, multiplique-os por anos intermináveis, um minuto de céu vale todos eles.

John Fante

 

Pergunte ao Pó, de John Fante, conta a história do jovem Arturo Bandini que vai para Los Angeles tentar a vida como escritor. Após escrever um conto de relativo sucesso, O Cachorrinho Riu, ele aluga um quarto de hotel para viver exclusivamente da escrita. No entanto, ele não consegue escrever nada, afinal como o próprio afirma, não possui experiência nenhuma sobre a vida e, assim, como escrever?
Assim, ele começa a caminhar pela cidade e manter relações e aproximações com pessoas como a garçonete mexicana Camilla Lopez, o barman Sammy, a mulher da cicatriz Vera Rivken e seu mentor, o único que acreditava em seu talento (mas que na obra sequer aperece), o editor J. C. Hackmuth. O grande problema de Bandini é sua personalidade: de frágil auto-estima e altamente consciente de suas fraquezas, quase sempre reage às coisas com preconceitos, violências, xenofobias, ataques de fúria e auto-preservação. 

“O mundo era pó e ao pó voltaria”
John Fante

Assim, ele começa a caminhar pela cidade e manter relações e aproximações com pessoas como a garçonete mexicana Camilla Lopez, o barman Sammy, a mulher da cicatriz Vera Rivken e seu mentor, o único que acreditava em seu talento (mas que na obra sequer aperece), o editor J. C. Hackmuth. O grande problema de Bandini é sua personalidade: de frágil auto-estima e altamente consciente de suas fraquezas, quase sempre reage às coisas com preconceitos, violências, xenofobias, ataques de fúria e auto-preservação. Sua inexperiência, logo bate em sua cara afirmando:

Este é seu problema: sua ignorância da vida. Ora, meu Deus, rapaz, você percebe que nunca teve uma experiência com uma mulher? Oh, sim, eu tive, oh sim, tive bastante. Oh não, você não teve. Precisa de uma mulher, precisa de um banho, precisa de um bom empurrão, precisa de dinheiro.

Publicada em 1939, esta inexperiência se configura também como um vazio político. Hitler avançava no retrovisor pelo mundo, e o americano médio queria a vida burguesa: escrever, conhecer a vida, beber, dançar, avançar. De certa forma, o que nos mostra Fante é uma certa incapacidade ou apatia – muito comum na trajetória da literatura americana – para entender aquilo que se chama mundo do capital, organizado ao redor de uma cidade que anda, corre e trabalha. Na cidade de Fante, enfrentada por Bandini, o que se desvela é um espaço desmontado, esfacelado, pulverizado, uma espécie de “cidade de pó” em que sequer é possível reunir cacos para compor perguntas ou respostas.
Este talvez seja o fascínio visto por Charles Bukowski, que assina o prefácio da obra, ao dizer que em um deserto de biblioteca havia encontrado uma obra, esta e que ela o salvou deste vazio de pó. No entanto, na obra pouca coisa se salva. As constantes violências de Bandini a Camilla e posteriormente as violências de Sammy mostram apenas um mundo difícil de habitar, principalmente para as mulheres. Para Arturo, a vontade de encontrar algo, apesar de todo esforço, também ruía em pó, uma espécie de nebulosidade:

Ficamos deitados um longo tempo e eu estava preocupado, com medo e sem paixão. Algo como uma flor cinzenta cresceu entre nós, um pensamento que tomou forma e falou do abismo que nos separava. Eu não sabia o que era. Senti que ela esperava.

Entretanto, aos poucos e lentamente, algo de afetivo começa a aparecer e mesmo que não se concretize dentro da narrativa, aparece como uma esperança composta pela linguagem, recurso meramente da ficção que, de qualquer forma, surge como horizonte para Bandini.
Pergunte ao Pó é uma obra em latência, difícil  de se apreender. Para quem conhece a literatura americana, diversos elementos do século XX como as histórias de Bukowski, a narrativa de Philip Roth e, inclusive, o ímpeto beat podem aparecer já encubados como potência futura. Um livro de energia conflitante, por vezes explosiva, por vezes entrópica, mas que move o mundo dos americanos e nos fazer entender um pouco mais de como foi este alucinado século XX.



Fonte:
Formado em Teoria do Teatro pela UNIRIO, mestrando em Memória Social na área de poesia brasileira e graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja, Flamengo e ócio criativo. Em geral, se arrepende do que escreve. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro Twitter: http://www.twitter.com/ziul



Alan Ruschel posa para foto com a irmã no hospital em Chapecó: ‘Serei eternamente grata’

CCJ abre sessão destinada à leitura de parecer sobre reforma da Previdência Leitura do relatório favorável à tramitação da proposta na Câmara foi adiada na última segunda; oposição pretende apresentar requerimentos para atrasar a leitura do parecer.


THE doors - Live at the Bowl `68

THE doors - Live at the Bowl `68

Saiba quem são os capinhas, 'anjos da guarda' dos ministros do STF Assistentes ajudam a vestir togas, servir café e transportar processos. Capa preta sobre os ombros originou expressão que designa auxiliares. Fabiano CostaDo G1, em Brasília


Esqueça a túnica branca e as auréolas sobre a cabeça. No Supremo Tribunal Federal (STF), os "anjos da guarda" dos 11 ministros e do procurador-geral da República vestem terno, gravata, uma capa de cetim preto que cobre metade das costas e atendem, informalmente, pelo nome de "capinhas".

Os assistentes de plenário da mais alta corte do país, vários deles estudantes e outros já bacharéis em Direito, fazem parte de um restrito grupo, responsável por auxiliar os magistrados e o chefe do Ministério Público em meio aos julgamentos. Dos 12 capinhas do Supremo, apenas quatro são servidores. Os demais assessores são terceirizados. Seus salários oscilam entre R$ 2,5 mil e R$ 11,7 mil por mês, sem contar as horas extras.
Sentados às costas dos ministros, os assessores ficam de prontidão para atender os integrantes do tribunal. São eles quem organizam os livros dos magistrados em pequenas estantes no plenário, carregam documentos e votos, arquivam memoriais entregues pelas defesas e providenciam cópias de pareceres e petições.
Também faz parte do rol de tarefas dos assistentes servir água e café, ajudar a vestir as togas, entregar bilhetes e, inclusive, puxar as poltronas de couro amarelo para os magistrados sentarem. A convivência quase diária com os ministros permite que eles conheçam, como poucos, os gostos e as manias dos juízes da Suprema Corte. Não raras vezes, os auxiliares reconhecem os pedidos dos chefes por um gesto ou olhar.

Na maratona de sessões do julgamento dos 38 réus do mensalão, o capinha mais requisitado é o assistente do relator do processo, ministro Joaquim Barbosa. Com um problema crônico no quadril, o magistrado senta e levanta constantemente para tentar amenizar as dores.
A um simples sinal dos dedos da mão esquerda do relator, o auxiliar Fábio Júnior, 33 anos, corre para o tablado do plenário reservado aos ministros. Em movimentos sincronizados, o capinha puxa a cadeira ergonômica de Barbosa, se agacha para retirar o suporte de madeira para os pés e busca a poltrona de couro do magistrado, que costuma ficar estacionada em um canto do recinto.

Barbosa utiliza o assento de uso restrito dos ministros somente como apoio para ficar em pé. Quando ele cansa da posição, seu capinha se apressa a fazer novamente os mesmos movimentos, só que em sentido contrário. Fábio repete a ginástica no plenário de três a cinco vezes por sessão.

Nas poucas oportunidades em que o assistente não está à volta de Barbosa, os colegas não se esquivam de auxiliar o ministro. Com inúmeras atribuições, os capinhas se valem da parceria para evitar que colegas sejam repreendidos. Apesar do esforço, as broncas são inevitáveis.

"Há um enfoque de união entre os assistentes de plenário. Por exemplo, se alguém esquece de trazer um documento, o colega passa na hora. Invariavelmente, falta alguma coisa. E sempre que isso acontece, é justamente o material que o ministro acaba pedindo", conta um assessor do STF.

Segundo assistentes ouvidos pelo G1, os magistrados mais exigentes da Corte são os ministros Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e Celso de Mello. O trio costuma ser minucioso com a categoria.

Há 22 anos no Supremo, Marco Aurélio é quem mais cobra disciplina dos capinhas. O ministro, relatam os assessores de plenário, está sempre atento para eventuais deslizes, como usar uma veste inadequada ou sentar na cadeira de um magistrado.

"Procuro guardar a liturgia do cargo, uma certa cerimônia. Sou uma pessoa muito humana e solidária, principalmente, com os que trabalham comigo. Mas sou rigoroso com a forma", afirmou Marco Aurélio ao G1.
Há um enfoque de união entre os assistentes de plenário. Por exemplo, se alguém esquece de trazer um documento, o colega passa na hora. Invariavelmente, falta alguma coisa. E sempre que isso acontece, é justamente o material que o ministro acaba pedindo"
Assessor de um dos ministros do Supremo
Mesmo preciosista, o ministro é reconhecido pelos capinhas por valorizar seus subordinados. É o único de que se tem notícia no tribunal que já promoveu dois assistentes de plenário a chefe de gabinete, incluindo seu atual braço-direito no STF.

Marco Aurélio diz ser importante dar oportunidades para as “pratas da casa". "Eles [os capinhas] são a ponte entre o gabinete e o plenário. Essas promoções foram apenas o resultado da dedicação deles", explicou.

Em outros tempos, lembram os assistentes, o título de magistrado linha dura do Supremo pertencia ao ex-ministro Carlos Alberto Menezes Direito, morto em 2009 devido a complicações no pâncreas.

Mais antigo capinha em atividade no STF, Cézar Antônio Fortaleza, auxiliar de plenário do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirma que o Menezes Direito era "exigente e formal". O assessor atua no plenário da Suprema Corte há 16 anos.

"Você não podia estar com o paletó aberto que ele chegava e pedia, por favor, para fechá-lo. O ministro também não gostava que os capinhas retirassem a toga dos magistrados dentro do plenário. Sempre enfatizava que os ministros deviam entrar togados e sair togados", destacou o decano dos assistentes.

Outros capinhas recordam que Menezes Direito costumava chamar a atenção dos auxiliares de plenário que liam livros ou jornais durante as sessões. "O ministro argumentava que não era o local e o momento adequado", disse um assessor.
 
Um auxiliar de plenário, por acidente, derrubou um copo de’água sobre o colo do ex-ministro Sepúlveda Pertence em plena sessão. O banho foi tão grande que chegou a ensopar o computador do magistrado.
Trapalhadas no plenário
Na história recente do Supremo, capinhas protagonizaram episódios que entraram para o folclore do tribunal. Houve uma vez em que o assistente do então ministro Eros Grau puxou a cadeira para o magistrado levantar e, em um momento de distração, não percebeu que o chefe mudou de ideia e resolveu se sentar de novo. Sem assento, o ministro, que se aposentou em 2010, foi ao chão.

Em outra ocasião, um auxiliar de plenário, por acidente, derrubou um copo de’água sobre o colo do ex-ministro Sepúlveda Pertence em plena sessão. O banho foi tão grande que chegou a ensopar o computador do magistrado.

Os documentos que os capinhas transportam dos gabinetes ao plenário também já geraram confusão. Em certa ocasião, o assistente do ministro Dias Toffoli entregou o relatório do processo errado para o magistrado ler em plenário. A falha só foi descoberta no momento em que o advogado do caso advertiu Toffoli sobre o engano.

Togas em movimento
Nem todos os ministros do Supremo têm paciência para aguardar que os assistentes de plenário os vistam com a toga, uma capa de cetim preto, comprida, usada pelos magistrados durante os julgamentos. Para fixá-la e retirá-la, o assistente tem de atar ou desamarrar duas fitas nas costas do juiz.

Na última semana, ao ser anunciado o intervalo de uma das sessões da análise do processo do mensalão, o ministro Antonio Dias Toffoli saiu em disparada para o salão branco, contíguo ao plenário, com seu capinha a tiracolo, tentando desvencilhá-lo da vestimenta.

Por outro lado, há os magistrados que ao vestir ou tirar a toga se preocupam com a estética. Capinhas que conversaram com o G1 revelaram que muitos ministros salientam para os assessores tomarem cuidado para não estragar seus penteados ou bater em seus óculos.

LegadoJobim
Presidente do Supremo entre os anos de 2004 e 2006, o ex-ministro Nelson Jobim é reverenciado até hoje pelos capinhas por ter facilitado a atarefada rotina dos assistentes de plenário. Até então, como não havia uma cronograma de julgamentos, os auxiliares eram obrigados a carregar pilhas e pilhas de documentos para se precaver caso um processo fosse colocado em pauta inesperadamente.

Durante o mandato do magistrado gaúcho, porém, a Corte implantou uma nova sistemática, passando a disponibilizar na internet os calendários de julgamento. Os assistentes de plenário brincam que o trabalho da categoria se divide em antes e depois da gestão Jobim. "Essa medida facilitou em grande escala o trabalho do assistente de plenário", afirmou Jackson Alessandro de Andrade, que há oito anos atua como capinha do ministro Gilmar Mendes.

Já nas duas turmas do Supremo, apesar das tentativas de se implantar os calendários prévios, até hoje os auxiliares não sabem quais processos serão julgados nas tardes de terças-feiras, quando ocorrem os encontros desses colegiados.

Para evitar serem pegos de surpresa, eles montaram uma rede interna de informações. Quando um assistente fica sabendo que o chefe irá colocar um processo em pauta, dispara um alerta para os demais colegas terem tempo de correr atrás de pareceres do Ministério Público e memoriais de advogados antes do início da sessão. Os documentos subsidiam os magistrados durante os julgamen




"Governo Temer é terrorista ao sugerir reforma da previdência social"


Pássaro Azul
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky para cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as putas e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
queres foder-me o
meu trabalho?
queres arruinar
as minhas vendas de livros
na Europa?
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?

Johnny Cash - Hurt (Legendado)

[Legendado PT-BR] "Bluebird" - Charles Bukowski

Milhões de brasileiros serem vencidos por uma centena de bandidos? Que povo é esse?