RELOGIO
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
O Carnaval e os problemas nesta época
Faltam poucos dias para começar o Carnaval, e todos os anos problemas graves acontecem neste período, o primeiro deles é a ingestão de álcool de forma excessiva e a direção. Muitos motoristas não têm consciência de que a combinação álcool e volante são bombas relógio. Deve-se pensar que um dia de diversão poderá ter como consequência problemas por anos, afinal processos judiciais demandam tempo além de serem bastante onerosos. Caso aconteça acidente com vítima e se for fatal, o autor do fato (o motorista) assume o risco (dolo eventual) por dirigir embriagado, e será responsabilizado criminalmente por homicídio doloso (quando há intenção de matar já que assumiu o risco ao dirigir ébrio), neste caso poderá cumprir pena em prisão por longos anos. Além de ser também responsabilizado civilmente tendo que indenizar os familiares da vítima por danos morais, caso a vítima tenha filhos menores, certamente deverá pagar pensão até atingirem a maioridade.
No Carnaval também ocorre de forma significativa a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada. Deve-se pensar que adquirir HIV é algo que irá demandar transtornos psicológicos, físicos, e também preconceito ao longo da vida. A rotina diária mudará completamente, os cuidados com a saúde serão intensos, além da realização de exames periódicos e ingestão de fortes medicamentos. Já a gravidez indesejada, é responsável pelo elevado índice de abordos e consequentemente a morte de mulheres que aderem a esta prática, pelo fato de fazerem o procedimento cirúrgico em clínicas de "fundo de quintal". Uma criança modifica radicalmente a vida de uma pessoa, criar um filho sem a presença paterna não será nada fácil tanto para a progenitora quanto para a criança.
Um outro fato grave neste período é a falta de sangue nos Hemocentros de todo país, como há aumento de acidentes de trânsito, há necessidade de doação de sangue para suprir a demanda. O problema é a não conscientização das pessoas, devemos pensar que um dia poderá ser um de nós ou um parente próximo que precisará de sangue, além disso, doar sangue é um ato de amor para com o próximo, um ato de solidadriedade, o mundo anda muito carente de solidadriedade, precisamos nos unir em prol dos necessitados, afinal não sabemos o que o futuro nos reserva.
por Aline
Leitura
Dicas de Leitura
Alguns livros são realmente inesquecíveis, as obras que mais mais me emocionaram foram; O Processo e Metarmofose de Franz Kafka, Crime e Castigo e Irmãos Karamazov de Dostoiévski, Estrela de Uma Vida Inteira de Manuel Bandeira, Casa Grande & Senzala de Gilberto Freire, Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, Vidas Secas de Graciliano Ramos, O Cortiço de Aluízio Azevedo, A Hora da Estrela de Clarice Lispector, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Casa Velha e todos os contos de Machado de Assis , Carta Roubada de Edgar Alan Poe, Os Miseráveis de Vitor Hugo, são realmente obras preciosas que eu sugiro como excelente leitura.
por Aline
Alguns livros são realmente inesquecíveis, as obras que mais mais me emocionaram foram; O Processo e Metarmofose de Franz Kafka, Crime e Castigo e Irmãos Karamazov de Dostoiévski, Estrela de Uma Vida Inteira de Manuel Bandeira, Casa Grande & Senzala de Gilberto Freire, Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, Vidas Secas de Graciliano Ramos, O Cortiço de Aluízio Azevedo, A Hora da Estrela de Clarice Lispector, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Casa Velha e todos os contos de Machado de Assis , Carta Roubada de Edgar Alan Poe, Os Miseráveis de Vitor Hugo, são realmente obras preciosas que eu sugiro como excelente leitura.
por Aline
A arte é vida (continuação)
Além de Dostoiévski, conhecido mundialmente por ter escrito; Notas do Subterrâneo, Pobre Gente, O Jogador, Recordações da Casa dos Mortos, Crime e Castigo, Os Irmãos Karamazov, tivemos o privilégio de receber obras preciosas de Franz Kafka, um dos maiores escritores da literatura alemã conhecido por compor; A Metamorfose, O Processo, O Castelo, A Colônia Penal, deixando inacabada Amérika em razão da tuberculose que o levou a óbito.
"A falta de liberdade não consiste jamais em estar segregado, e sim em estar em promiscuidade, pois o suplício inenarrável é não se poder estar sozinho."
"A tragédia e a sátira são irmãs e estão sempre de acordo; consideradas ao mesmo tempo recebem o nome de verdade. "
Dostoiévski
O CORVO
Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."
Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará jamais.
E o rumor triste, vago, brando,
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,
Levantei-me de pronto e: "Com efeito
(Disse) é visita amiga e retardada
Que bate a estas horas tais.
É visita que pede à minha porta entrada:
Há de ser isso e nada mais."
Minha alma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo e desta sorte
Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora -
Me desculpeis tanta demora.
Mas como eu, precisando de descanso,
Já cochilava, e tão de manso e manso
Batestes, não fui logo prestemente,
Certificar-me que aí estais."
Disse: a porta escancaro, acho a noite somente,
Somente a noite, e nada mais.
Com longo olhar escruto a sombra,
Que me amedronta, que me assombra,
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta:
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu como um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais. (continua)
Edgar Alan Poe
O Homem e A Mulher
Pedra do Sono (1942),
Os Três Mal-Amados (1943),
O Engenheiro (1945)
Psicologia da Composição com a Fábula de Anfion e Antiode (1947),
O Cão sem Plumas (1950),
O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua Nascente à Cidade do Recife (1954),
Dois Parlamentos (1960),
Quaderna (1960),
A Educação pela Pedra (1966),
Morte e Vida Severina (1966),Museu de Tudo (1975),
A Escola das Facas (1980),Auto do Frade (1984),Agrestes (1985),Crime na Calle Relator (1987),
Primeiros Poemas (1990),
Sevilha Andando (1990) e Tecendo a Manha (1999).
João Cabral de Melo
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Gilberto Freire foi sociólogo, antropólogo, historiador, escritor, pintor brasileiro e é considerado dos mais importantes sociólogos do século XX.
- ASSOMBRAÇÕES do Recife velho. Ilustrado por Lula Cardoso Ayres. Rio de Janeiro: Condé, 1955. -SUGESTÕES em torno de uma nova orientação para as relações intranacionais no Brasil. São Paulo: Fórum Roberto Simonsen, 1958.
- ORDEM e progresso: processo de desintegração das sociedades patriarcal e semipatriarcal no Brasil sob o regime de trabalho livre, aspectos de um quase meio século de transição do trabalho escravo para o trabalho livre e da monarquia para a república. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959. 2v.
- A PROPÓSITO de frades: sugestões em torno da influência de religiosos de São Francisco e de outras ordens sobre o desenvolvimento de modernas civilizações cristãs, especialmente das hispânicas nos trópicos. Salvador: Aguiar Souza, 1959.
- O VELHO Félix e suas "memórias de um Cavalcanti". Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.
- UMA POLÍTICA transnacional de cultura para o Brasil de hoje. Belo Horizonte: Revista Brasileira de Estudos Políticos, 1960.
- SUGESTÕES de um novo contato com universidades européias. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
- ARTE, ciência e trópico: em torno de alguns problemas de sociologia da arte. São Paulo: Martins, 1962.
- HOMEM, cultura e trópico. Recife: Imprensa Universitária, 1962.
- TALVEZ poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1962.
- VIDA, forma e cor. Rio de Janeiro: José Olympio, 1962.
- O ESCRAVO nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX: tentativa de interpretação antropológica, através de anúncios de jornais, de característicos de personalidade e de deformações de corpo de negros ou mestiços, fugidos ou expostos à venda, como escravos, no Brasil do século passado. Recife: Imprensa Universitária, 1963.
- DONA Sinhá e o filho padre: seminovela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.
- RETALHOS de jornais velhos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.
- VIDA social no Brasil nos meados do século XIX. Traduzido por Waldemar Valente. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1964.
- 6 CONFERÊNCIAS em busca de um leitor. Rio de Janeiro: José Olympio, 1965.
- O RECIFE , sim! Recife, não! Rio de Janeiro: Arquimedes, 1967.
- BRASIS, Brasil e Brasília: sugestões em torno de problemas brasileiros de unidade e diversidade e das relações de alguns deles com problemas gerais de pluralismo étnico e cultural. Rio de Janeiro: Record, 1968.
- COMO e porque sou e não sou sociólogo. Brasília: Universidade de Brasília, 1968.
- OLIVEIRA Lima, Don Quixote gordo. Recife: Imprensa Universitária, 1968.
- NÓS e a Europa germânica: em torno de alguns aspectos das relações do Brasil com a cultura germânica no decorrer do século XIX. Rio de Janeiro: Grifo, 1971.
- NOVO mundo nos trópicos. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971.
- SELETA para jovens. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
- A CONDIÇÃO humana e outros temas. Rio de Janeiro: Grifo, 1972.
- ALÉM do apenas moderno: sugestões em torno de possíveis futuros do homem, em geral, e do homem brasileiro, em particular. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
- O BRASILEIRO entre os outros hispanos: afinidades e possíveis futuros nas suas interrelações. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. (Coleção Documentos Brasileiros, 168).
- A PRESENÇA do açúcar na formação brasileira. Rio de Janeiro: Instituto do Açúcar e do Alcool, 1975. (Coleção Canavieira, 16).
- TEMPO morto e outros tempos: trechos de um diário de adolescência e primeira mocidade, 1915-1930. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. -CASAS-GRANDES & senzalas. Recife: Ranulpho Editora de Artes, 1977.
- OBRA escolhida: Casa-grande & senzala, Nordeste e Novo mundo nos trópicos. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977.
- O OUTRO amor do Dr. Paulo: seminovela, continuação de Dona Sinhá e o filho padre. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
- ALHOS e bugalhos: ensaios sobre temas contraditórios, de Joyce a cachaça; de José Lins do Rego ao cartão postal. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.
- ARTE & ferro: em torno de portões, varandas e grades do Recife velho. Recife: Ranulpho Editora de Arte, 1978
- CARTAS do próprio punho sobre pessoas e coisas do Brasil e do estrangeiro. Organizado por Sylvio Rabello. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1978.
- CONTRIBUIÇÃO para uma sociologia da biografia: o exemplo de Luís de Albuquerque, governador de Mato Grosso, no fim do século XVII. Cuiabá: Fundação Cultural de Mato Grosso, 1978.
- PREFÁCIOS desgarrados. Organizado por Edson Nery da Fonseca. Rio de Janeiro: Cátedra, 1978. 2 v.
- HERÓIS e vilões no romance brasileiro: em torno das projeções de tipos sócio-antropológicos em personagens de romances nacionais do século XIX e do atual. São Paulo: Cultrix, 1979.
- OH DE CASA! em torno da casa brasileira e de sua projeção sobre um tipo nacional de homem. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1979.
- PESSOAS, coisas & animais. Organizado por Edson Nery da Fonseca. São Paulo: MPM Propaganda, 1979.
- TEMPO de aprendiz.
Além de Dostoiévski, conhecido mundialmente por ter escrito; Notas do Subterrâneo, Pobre Gente, O Jogador, Recordações da Casa dos Mortos, Crime e Castigo, Os Irmãos Karamazov, tivemos o privilégio de receber obras preciosas de Franz Kafka, um dos maiores escritores da literatura alemã conhecido por compor; A Metamorfose, O Processo, O Castelo, A Colônia Penal, deixando inacabada Amérika em razão da tuberculose que o levou a óbito.
"A falta de liberdade não consiste jamais em estar segregado, e sim em estar em promiscuidade, pois o suplício inenarrável é não se poder estar sozinho."
"A tragédia e a sátira são irmãs e estão sempre de acordo; consideradas ao mesmo tempo recebem o nome de verdade. "
Dostoiévski
Edgar Alan Poe, é considerado por exemplo, um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas, compôs; Os Crimes da Rua Morgue, A Carta Roubada, O Mistério de Maria Roget, muitos acreditam que as suas obras marcam o início da verdadeira literatura norte-americana.
O CORVO
Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."
Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará jamais.
E o rumor triste, vago, brando,
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,
Levantei-me de pronto e: "Com efeito
(Disse) é visita amiga e retardada
Que bate a estas horas tais.
É visita que pede à minha porta entrada:
Há de ser isso e nada mais."
Minha alma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo e desta sorte
Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora -
Me desculpeis tanta demora.
Mas como eu, precisando de descanso,
Já cochilava, e tão de manso e manso
Batestes, não fui logo prestemente,
Certificar-me que aí estais."
Disse: a porta escancaro, acho a noite somente,
Somente a noite, e nada mais.
Com longo olhar escruto a sombra,
Que me amedronta, que me assombra,
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta:
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu como um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais. (continua)
Edgar Alan Poe
O francês Vitor Marie Hugo foi novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista, ativista pelos direitos humanos, é autor de Os Miseráveis, Notre-Dame de Páris, entre outros...
O Homem e A Mulher
O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.
Em Portugal tivemos Fernando Pessoa, que nos brindou com livros ou folhetos, como: "35 Sonnets" (em inglês), 1918; "English Poems I-II" e "English Poems III" (em inglês também), 1922; livro "Mensagem", 1934, premiado pelo "Secretariado de Propaganda Nacional" na categoria Poema". O folheto "O Interregno", publicado em 1928 e constituído por uma defesa da Ditadura Militar em Portugal.
O AMOR
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando PessoaQuem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
No Brasil muitos escritores não deixaram por menos, João Cabral de Melo Neto, irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo, primo de Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freire, tornou-se um autor célebre por escrever;
Pedra do Sono (1942),
Os Três Mal-Amados (1943),
O Engenheiro (1945)
Psicologia da Composição com a Fábula de Anfion e Antiode (1947),
O Cão sem Plumas (1950),
O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua Nascente à Cidade do Recife (1954),
Dois Parlamentos (1960),
Quaderna (1960),
A Educação pela Pedra (1966),
Morte e Vida Severina (1966),Museu de Tudo (1975),
A Escola das Facas (1980),Auto do Frade (1984),Agrestes (1985),Crime na Calle Relator (1987),
Primeiros Poemas (1990),
Sevilha Andando (1990) e Tecendo a Manha (1999).
O RELÓGIO
Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.
Se são jaulas não é certo;
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quadradiço de forma.
Uma vezes, tais gaiolas
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.
Mas onde esteja: a gaiola
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;
e de pássaro cantor,
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade
que continua cantando
se deixa de ouvi-lo a gente:
como a gente às vezes canta
para sentir-se existente.
Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.
Se são jaulas não é certo;
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quadradiço de forma.
Uma vezes, tais gaiolas
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.
Mas onde esteja: a gaiola
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;
e de pássaro cantor,
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade
que continua cantando
se deixa de ouvi-lo a gente:
como a gente às vezes canta
para sentir-se existente.
João Cabral de Melo
Manuel Bandeira foi poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro, o seu poema Os Sapos, abriu a Semana da Arte Moderna de 1922, que contou com a participação de escritores renomados como João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freire, Nelson Rodrigues da pintora Tarsila do Amaral entre outros. No estilo poesia Bandeira nos brindou com;
A Cinza das Horas, Estrela de uma Vida Inteira, O Ritmo dissoluto,Os Sapos, Estrela da Manhã, Lira dos Cinquenta Anos Libertinagem, Belo Belo, Máfua do Malungo,Opus 10, O Bicho, em
Prosa; Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936, Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, Noções de História das Literaturas, Autoria das Cartas Chilenas, Apresentação da Poesia Brasileira,Literatura Hispano-Americana, Gonçalves Dias, Itinerário de Pasárgada,De Poetas e de Poesia,A Flauta de Papel etc,
Antologia; Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica,Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana, Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 1,Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 2, Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, Antologia dos Poetas Brasileiros - Poesia Simbolista, Antologia Poética, Poesia do Brasil, Os Reis Vagabundos e mais 50 crônicas.
ARTE DE AMAR
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Manuel Bandeira
Gilberto Freire foi sociólogo, antropólogo, historiador, escritor, pintor brasileiro e é considerado dos mais importantes sociólogos do século XX.
As mangueiras
o telhado velho
o pátio branco
as sombras da tarde cansada
até o fantasma da judia rica
tudo esta à espera do romance começado
o telhado velho
o pátio branco
as sombras da tarde cansada
até o fantasma da judia rica
tudo esta à espera do romance começado
um dia sobre os tijolos soltos
a cadeira de balanço será o principal ruído
as mangueiras
o telhado
o pátio
as sombras
o fantasma da moça
tudo ouvirá em silêncio o ruído pequeno."
Gilberto Freyre é autor das seguintes obras;
- CASA-GRANDE & senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal (1933),ARTIGOS de jornal,(1934),
-GUIA prático, histórico e sentimental da cidade do Recife(1934),
SOBRADOS e mocambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano (1936), NORDESTE: aspectos da influencia da cana sobre a vida e a paisagem do nordeste do Brasil (1937),
-CONFERENCIAS na Europa (1938), AÇÚCAR: algumas receitas de doces e bolos dos engenhos do nordeste (1939), O MUNDO que o português criou (1940),
-UM ENGENHEIRO francês no Brasil (1940), REGIÃO e tradição(1941),
INGLESES( 1942), PROBLEMAS brasileiros de antropologia(1943), NA BAHIA em 1943,
-
-PERFIL de Euclydes e outros perfis (1944),
SOCIOLOGIA: introdução ao estudo dos seus princípios(1945),
INTERPRETAÇÃO do Brasil: aspectos da formação social brasileira como processo de amalgamento de raças e culturas (1947),
-
INGLESES no Brasil: aspectos da influência britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil (1948),
QUASE política: 9 discursos e 1 conferência mandados publicar por um grupo de amigos(1950), AVENTURA e rotina: sugestões de uma viagem a procura das constantes portuguesas de caráter e ação (1953),
UM BRASILEIRO em terras portuguesas: introdução a uma possível luso-tropicologia acompanhada de conferências e discursos proferidos em Portugal e em terras lusitanas e ex-lusitanas da Ásia, da África e do Atlântico. Rio de Janeiro(1953) (Documentos Brasileiros, 76).
- ASSOMBRAÇÕES do Recife velho. Ilustrado por Lula Cardoso Ayres. Rio de Janeiro: Condé, 1955. -SUGESTÕES em torno de uma nova orientação para as relações intranacionais no Brasil. São Paulo: Fórum Roberto Simonsen, 1958.
- ORDEM e progresso: processo de desintegração das sociedades patriarcal e semipatriarcal no Brasil sob o regime de trabalho livre, aspectos de um quase meio século de transição do trabalho escravo para o trabalho livre e da monarquia para a república. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959. 2v.
- A PROPÓSITO de frades: sugestões em torno da influência de religiosos de São Francisco e de outras ordens sobre o desenvolvimento de modernas civilizações cristãs, especialmente das hispânicas nos trópicos. Salvador: Aguiar Souza, 1959.
- O VELHO Félix e suas "memórias de um Cavalcanti". Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.
- UMA POLÍTICA transnacional de cultura para o Brasil de hoje. Belo Horizonte: Revista Brasileira de Estudos Políticos, 1960.
- SUGESTÕES de um novo contato com universidades européias. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
- ARTE, ciência e trópico: em torno de alguns problemas de sociologia da arte. São Paulo: Martins, 1962.
- HOMEM, cultura e trópico. Recife: Imprensa Universitária, 1962.
- TALVEZ poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1962.
- VIDA, forma e cor. Rio de Janeiro: José Olympio, 1962.
- O ESCRAVO nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX: tentativa de interpretação antropológica, através de anúncios de jornais, de característicos de personalidade e de deformações de corpo de negros ou mestiços, fugidos ou expostos à venda, como escravos, no Brasil do século passado. Recife: Imprensa Universitária, 1963.
- DONA Sinhá e o filho padre: seminovela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.
- RETALHOS de jornais velhos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.
- VIDA social no Brasil nos meados do século XIX. Traduzido por Waldemar Valente. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1964.
- 6 CONFERÊNCIAS em busca de um leitor. Rio de Janeiro: José Olympio, 1965.
- O RECIFE , sim! Recife, não! Rio de Janeiro: Arquimedes, 1967.
- BRASIS, Brasil e Brasília: sugestões em torno de problemas brasileiros de unidade e diversidade e das relações de alguns deles com problemas gerais de pluralismo étnico e cultural. Rio de Janeiro: Record, 1968.
- COMO e porque sou e não sou sociólogo. Brasília: Universidade de Brasília, 1968.
- OLIVEIRA Lima, Don Quixote gordo. Recife: Imprensa Universitária, 1968.
- NÓS e a Europa germânica: em torno de alguns aspectos das relações do Brasil com a cultura germânica no decorrer do século XIX. Rio de Janeiro: Grifo, 1971.
- NOVO mundo nos trópicos. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971.
- SELETA para jovens. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
- A CONDIÇÃO humana e outros temas. Rio de Janeiro: Grifo, 1972.
- ALÉM do apenas moderno: sugestões em torno de possíveis futuros do homem, em geral, e do homem brasileiro, em particular. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
- O BRASILEIRO entre os outros hispanos: afinidades e possíveis futuros nas suas interrelações. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. (Coleção Documentos Brasileiros, 168).
- A PRESENÇA do açúcar na formação brasileira. Rio de Janeiro: Instituto do Açúcar e do Alcool, 1975. (Coleção Canavieira, 16).
- TEMPO morto e outros tempos: trechos de um diário de adolescência e primeira mocidade, 1915-1930. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. -CASAS-GRANDES & senzalas. Recife: Ranulpho Editora de Artes, 1977.
- OBRA escolhida: Casa-grande & senzala, Nordeste e Novo mundo nos trópicos. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977.
- O OUTRO amor do Dr. Paulo: seminovela, continuação de Dona Sinhá e o filho padre. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
- ALHOS e bugalhos: ensaios sobre temas contraditórios, de Joyce a cachaça; de José Lins do Rego ao cartão postal. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.
- ARTE & ferro: em torno de portões, varandas e grades do Recife velho. Recife: Ranulpho Editora de Arte, 1978
- CARTAS do próprio punho sobre pessoas e coisas do Brasil e do estrangeiro. Organizado por Sylvio Rabello. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1978.
- CONTRIBUIÇÃO para uma sociologia da biografia: o exemplo de Luís de Albuquerque, governador de Mato Grosso, no fim do século XVII. Cuiabá: Fundação Cultural de Mato Grosso, 1978.
- PREFÁCIOS desgarrados. Organizado por Edson Nery da Fonseca. Rio de Janeiro: Cátedra, 1978. 2 v.
- HERÓIS e vilões no romance brasileiro: em torno das projeções de tipos sócio-antropológicos em personagens de romances nacionais do século XIX e do atual. São Paulo: Cultrix, 1979.
- OH DE CASA! em torno da casa brasileira e de sua projeção sobre um tipo nacional de homem. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1979.
- PESSOAS, coisas & animais. Organizado por Edson Nery da Fonseca. São Paulo: MPM Propaganda, 1979.
- TEMPO de aprendiz.
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