RELOGIO

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Dom Paulo Evaristo Arns morre em São Paulo aos 95 anos


Conhecido pela postura fraterna, por sua defesa dos direitos humanos e pela resistência à ditadura militar, o arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, morreu nesta quarta-feira, aos 95 anos. O cardeal — que dedicou 71 anos ao sacerdócio e 76 à vida franciscana — estava internado desde 28 de novembro, com broncopneumonia, na capital paulista.
Catarinense de Forquilhinha, quinto da prole de 13 filhos de um casal de descendentes de alemães, dom Paulo fez parte de um clã de benfeitores dedicados à infância e à juventude brasileiras. Sua irmã mais ilustre, a pediatra Zilda Arns Neumann, fundou a Pastoral da Criança, com a colaboração do religioso. Ao chorar a morte de Zilda, uma das vítimas do terremoto do Haiti, em janeiro de 2010, dom Paulo, do alto de sua resignação sacerdotal, afirmou:
— Ela morreu de uma maneira muito bonita, morreu na causa em que sempre acreditou.
Dedicado à defesa de pobres, perseguidos e injustiçados na maior parte das suas nove décadas e meia de vida, o arcebispo comprou brigas com poderosos dentro e fora da Igreja.
Por causa de suas posições, estremeceu até mesmo o coração da cúpula católica. Seu nome era tão temido em Roma que, ao som dele, "arrepiavam-se todos os pelos dos braços" do alto clero, como declarou no final dos ano 1990 o então secretário de Estado do Vaticano, Agostino Casaroli.



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